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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Comer nunca mais: uma dieta balanceada e barata em um copo

A alimentação sempre foi, e sempre será, motivo para debates infinitos. Isso porque a função número zero de qualquer alimento é fornecer a energia que o nosso corpo necessita para funcionar adequadamente. Mas, a relação que uma grande e significativa parcela da humanidade tem com ela é um tanto confusa – o que pode acabar distorcendo seu papel. Alguns comem de mais e levam a obesidade ao extremo. Enquanto outros parecem querer viver de luz.
E para o empresário Rob Rhinehart, o homem que vive sem comida, essas são algumas das provas sólidas de que os alimentos que temos a nossa disposição hoje não funcionam. Seja por serem caros demais e exigirem um tempo de preparo que muitas vezes apenas não existe, ou por conta de casos de obesidade e anorexia. Sem contar a parcela da população que não tem acesso algum a qualquer tipo de alimento.
soylent

Na tentativa de resolver esse problema, Rhinehart desenvolveu em 2012 um novo produto que ele mesmo considera “uma forma eficiente de alimentar a humanidade, pela primeira vez na história”.
Trata-se do “shake” chamado Soylent.



 O Soylente é perfeito para pessoas que, infelizmente, estão ocupadas demais para perder tempo se preocupando com o cardápio do dia, e também já estão cansadas de gastar dinheiro com fast food e outros alimentos prontos que não fazem nada bem ao nosso organismo. Feito a partir de uma mistura de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, o shake de Rhinehart tem como objetivo ser uma forma mais pura de nutrição do que a própria comida.

O nome do produto remete ao filme de ficção científica de 1973 cujo título é “Soylent Green”. Ele veio para o Brasil como “No Mundo de 2020”.
O longa de ficção científica, dirigido por Richard Fleischer, mostra um futuro superpovoado e poluído, onde os recursos naturais se esgotaram e a alimentação da população é fornecida pelas indústrias Soylent, consistindo de umas bolachas misteriosas. No desenrolar da trama, descobrimos que essas bolachas são na verdade feitas de carne humana.

E funciona mesmo?

soylent
Rhinehart fez o teste. Ao longo do último um ano e meio, 90% de suas refeições são Soylent.
Por mais que ele se sinta muito bem com esse novo estilo de vida, ele alega que seu objetivo não é substituir todas as refeições, e sim evitar refeições mal feitas que eram comuns em seu dia a dia – e ainda são na rotina de muitos de nós.
No futuro, segundo entrevista ao jornal americano The New Yorker, ele acredita que “vamos ver uma separação entre as nossas refeições burocráticas para o funcionamento do corpo, e as refeições para a nossa experiência e socialização” – o que faz muito sentido.
E é justamente esse aspecto do produto que tem sido o grande responsável pelo seu sucesso.
Quando Rhinehart terminou de postar sua campanha de arrecadação coletiva de fundos para levantar o capital necessário para produzir Soylent em grande escala, ele esperava receber algo em torno de 100 mil dólares dentro de um mês. Em alucinantes duas horas já tinha alcançado essa meta, com milhares de pessoas comprando Soylent pela bagatela de 65 dólares (mais de R$ 130).
Este mês, as primeiras 30.000 unidades de Soylent feitas para serem comercializadas já foram enviadas para clientes em todos os Estados Unidos, e a empresa já conta com mais de 10.000 dólares de novos pedidos todos os dias.
Agora a má notícia: o produto ainda não está disponível para o Brasil.

Do ponto de vista médico

Os médicos entrevistados a respeito deste novo alimento parecem otimistas com relação ao que ele representa, mas também tendem a concordar que é no mínimo presunçoso acreditar que precisamos só dele para sobreviver.
Apesar de o Soylent parecer um tanto eficiente, não quer dizer que elimine a alimentação por prazer e “socialização”, como o próprio Rhinehart ressaltou. O que o shake oferece é um opção para não se contaminar com porcarias nos momentos em que você não pode se dedicar a procurar um alimento saudável – sem contar os incríveis benefícios que pode trazer ao meio ambiente e as possibilidades que representa para acabar com a fome no mundo.
O criador da mistura crê que o pó (que deve simplesmente ser adicionado à água para ficar pronto para consumo) é mais barato, mais saudável e mais conveniente do que comer três vezes ao dia. Aliás, não só ele. Alguns meios de comunicação já chegaram até a dizer que o Soylent marcará o “fim da comida”. Será? 

fonte:  http://hypescience.com